Descobriram que a característica aparece em pessoas com uma variante particular do gene CD36, tornando-se muito mais sensíveis do que outros. O objetivo é entender como o paladar, ou seja, a nossa percepção da gordura pode influenciar o que comemos e a quantidade de gordura consumida.
O estudo contou com 21 pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 ou mais. Alguns participantes apresentaram a variação genética que contribui para o aumento de CD36, diferente de outros. Com grampos no nariz, foram convidados a provar três soluções diferentes, uma delas continha uma pequena quantidade de gordura (ácidos graxos livres ou triglicérides), enquanto as outras duas não tinham, sendo semelhantes apenas em textura. A partir daí, apontaram a solução diferente.
As pessoas com mais proteína CD36 detectaram facilmente a presença de gordura, se tornando oito vezes mais sensíveis do que quem apresentou 50% menos proteína. A medida que o consumo de gordura aumenta, elas se tornam menos sensíveis a ela, exigindo mais para que se obtenha a mesma satisfação. A quantidade de proteína pode ser modificada, tanto pela genética, quanto pela dieta.
A gordura é importante, porém, os seres humanos e animais tendem a optar pelo excesso. Os cientistas acreditavam que tais alimentos eram identificados principalmente pela textura, mas esse estudo sugere que a presença de gordura pode alterar a forma como a língua reconhece os alimentos, assim como doce, azedo, amargo, salgado...
Nos estudos com animais, descobriu-se que a CD36 é ativada por ácidos graxos, não triglicérides. Porém, os ratos foram capazes de ativa-la com ambos, provavelmente devido a atividade da lipase salivar, responsável pela quebra do triglicérides em ácidos graxos ainda na boca. Em humanos, o papel da lipase não tem sido tão claro, pois as pessoas podiam detectar se era ácido graxo ou triglicérides. Quando os ratos são geneticamente modificados sem o gene CD36, não apresentam preferencia por alimentos gordurosos, tendo dificuldade em digeri~los.
A melhor compreensão de como a proteína funciona pode ser importante na luta contra a obesidade, que só tem crescido e contribui para a incidência de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, diabetes tipo2, certos tipos de canceres, artrite, dentre outros problemas.
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