7 de março de 2011

Novo recurso para calcular obesidade: Índice de Adiposidade Corporal (IAC)


O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular. Não deve ser aplicado em atletas, por exemplo, visto que o resultado seria 'distorcido' pelos musculos.Também não é adequado para menores de 18 anos. É obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros. [veja ilustração] O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade. 

Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".  O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo. É possivel saber se uma pessoa está acima ou abaixo do peso sem que a mesma suba em uma balança.



Formularam o índice a partir de um estudo feito com uma população hispânica dos Estados Unidos. Depois, eles confirmaram a exatidão da escala ao compará-la com outra pesquisa, feita com a população negra americana, em que foi utilizado um exame conhecido como desintometria (DXA), considerado o padrão ouro para a medida da obesidade. Essa comparação demonstrou resultados semelhantes, sugerindo que o novo índice poderia ser utilizado em grupos de diferentes etnias.

A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.

Para Marcio Mancini, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), o novo índice poderá ser utilizado para complementar a avaliação do paciente obeso. “Um índice não substituirá o outro. Eles podem ser utilizados ao mesmo tempo. Atualmente, o IMC é utilizado para comparar populações, definir prescrição de medicações ou antes da realização de uma cirurgia bariátrica”, diz.

“Após a realização de uma validação adicional, essa medida, que é facilmente obtida, poderá ser proposta como ideal para saber o percentual de gordura de uma pessoa”, disseram os pesquisadores. "Antes disso, será preciso comprovar se ela prevê o percentual de gordura em crianças e se será capaz de prever o risco de doenças cardiovasculares", acrescentaram.

Apesar de o IMC apresentar falhas e não ser eficaz para representar a situação de atletas ou crianças, Mancini lembra que ele não é a única medida adotada. “Temos também a avaliação clínica do especialista e a medição da circunferência do abdome e do quadril”, afirma.

De acordo com os autores do estudo, a fórmula ainda precisa de ajustes e deve ser testada em outros grupos étnicos. Eles acreditam que o método poderá ser utilizado em locais com acesso limitado à infraestrutura de saúde pública, sem uma balança, por exemplo.

4 comentários:

  1. Eu lembro que eu aprendi isso na escola, uns 3 anos atrás '-' só que esqueci rsrs. muito bom, eu li de novo e é muito interessante, parabéns pelo blog *-* vou te seguir.


    http://gameslegaisaki.blogspot.com/

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  2. Não me preocupo com isso.

    São um irresponsável quanto a comida, adoro gorduras, sal, carne.
    Mas pretendo continuar assim, sou feliz.


    Mas é importante alertar aos outros, tem gente que dá bastante valor a quantidade de anos que vai ter, não a qualidade !

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  3. bem informativo o blog... espero que eles ajustem o método para que os resultados sejam eficazes e confiáveis mesmo com uma quantidade baixa de recursos!
    Interessante mesmo, bom saber que tem pessoas comprometidas em desenvolver isso!

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  4. Antonio, a maioria das pessoas pensam da mesma forma que você, até que são obrigadas a adquirir hábitos saudaveis, devido a alguma complicação de saúde.

    Cuidar da saude nunca é demais! Se uma pessoa busca bons hábitos alimentares e consequentemente uma boa qualidade de vida, viverá mais ;)

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