19 de fevereiro de 2011

Regulamentação da publicidade de alimentos


Em artigo publicado na edição de 14/02, do jornal O Estado de S.Paulo, o professor de filosofia da UFRGS, Denis Lerrer Rosenfield, ataca a posição da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outras entidades, de defenderem a regulamentação da publicidade de alimentos no Brasil. No texto, o professor reforça a posição de setores que, como historicamente sabemos, não interesse nesta regulamentação, muito menos no amplo debate sobre tais restrições.

Ao contrário do que afirma o professor, o direito de livre escolha dos indivíduos não será violado com a regulamentação da publicidade de alimentos, pois esta tem a finalidade de coibir os abusos de propagandas que indicam amplamente o consumo de alimentos com excesso de sal, gorduras e açucares e seus malefícios evitando que as pessoas consumam produtos prejudiciais a saúde. A capacidade de discernimento do indivíduo será melhor orientada para que consuma alimentos saudáveis.

A publicidade indevida de alimentos tem prejudicado, especialmente, o público infantil, mais vulnerável aos insistentes anúncios de produtos industrializados. Dados do IBGE registram o crescimentos da obesidade infantil no Brasil. Coibir tal publicidade é contribuir para a prevenção de doenças decorrentes da má alimentação, como já é feito na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Os defensores da regulamentação, como o CFN, querem que o Estado adote mecanismos eficazes para evitar a divulgação de alimentos que, se consumidos em excesso, prejudicam a saúde das pessoas. A má alimentação tem como decorrência não só a obesidade, mas distúrbios como a hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes e outros.

FONTE: Conselho Federal de Nutricionistas

18 de fevereiro de 2011

Anvisa quer banir venda de inibidores de apetite no Brasil


O reinado dos remédios emagrecedores está por um fio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer banir de vez do Brasil a comercialização de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol). A única droga para o tratamento da obesidade que continuará liberada será o orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.

A proposta será discutida em audiência pública em Brasília na próxima quarta-feira, dia 23. Depois disso, a decisão será tomada pela diretoria da agência. A avaliação da Câmara Técnica de Medicamentos da Anvisa é que o risco potencial à saúde desses produtos supera os benefícios. A decisão deve ser divulgada no dia 1º de março. Segundo nota técnica da área de Farmacovigilância e da gerência de Medicamentos da Anvisa, a sibutramina apresenta baixo coeficiente de efetividade de redução de peso e pouca manutenção de redução de peso em longo prazo. Apenas 30,4% dos pacientes tratados com sibutramina perderam pelo menos 5% do seu peso corporal em 3 meses.

Estudos apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos, desde o ano passado a Anvisa impôs novas regras e endureceu os critérios de venda dessa droga - considerada de primeira classe no tratamento da obesidade. Ela deixou de ser vendida como medicamento comum e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, drogas que exigem receita especial.


Proibir drogas emagrecedoras, como quer a Anvisa, levará ao aumento no número de cirurgias de redução do estômago, dizem médicos. Com a possível retirada desses remédios do mercado, sobram poucas alternativas para tratar a obesidade. Em muitos casos, a única saída será a cirurgia bariátrica, hoje indicada para pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 35 e doenças associadas, como diabetes e hipertensão.

Já está em estudo nos EUA, na Itália e Espanha a redução do limite mínimo de IMC para a indicação da operação.  O cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, está coordenando uma pesquisa no Hospital Oswaldo Cruz sobre a eficácia da operação em pessoas com IMC entre 30 e 35. O estudo tem financiamento do Ministério da Saúde.


Cirurgia Bariátrica: Estômago antes e depois do processo.

A previsão é que neste ano sejam feitas 70 mil reduções de estômago no país. Para Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas, o aumento das cirurgias preocupa: "Não é mais simples tomar remédio? Faço um paciente perder 30 kg só com medicação". Estudos mostram que 16% das pessoas que passam por redução do estômago têm alguma alteração neurológica, como perda de memória ou confusão mental, diz Eduardo Mutarelli, neurologista do Hospital Sírio-Libanês.


Leia a nota técnica da Anvisa sobre o tema

17 de fevereiro de 2011

Dieta rica em fibras aumenta expectativa de vida

Uma dieta rica em fibras pode significar o aumento da expectativa de vida. Essa é a conclusão do maior estudo já realizado sobre o tema que encontrou uma ligação entre consumo de fibras e menor risco de morte, não apenas causadas por doenças cardíacas, mas também por problemas infecciosos e respiratórios.

O estudo do governo também liga a dieta a um menor risco de morte por câncer em homens, mas não em mulheres, possivelmente porque eles são mais propensos a morrer de câncer relacionado a alimentação, como câncer de esôfago. Ainda descobriu que a dieta mais benéfica é a rica em fibras dos grãos.  A maioria dos americanos não está se alimentando de uma quantidade suficiente de fibras. O americano come, em média, cerca de 15 gramas por dia, muito menos do que a atual recomendação diária, de 25 gramas para mulheres e 38 gramas para homens, ou 14 gramas por mil calorias. Por exemplo, uma fatia de pão integral contém 2 a 4 gramas de fibra.

No novo estudo, as pessoas que conheciam as orientações tinham menos chance de morrer durante o período de acompanhamento de nove anos. Os homens e mulheres que comeram mais fibras tinham 22% menos probabilidade de morrer por qualquer causa em comparação aos que comiam menos, disse o autor do estudo, Yikyung Park, do Instituto Nacional do Câncer.

A pesquisa, publicada segunda-feira (14) no "Archives of Internal Medicine", analisou mais de 388.000 adultos, com idade de 50 a 71 anos, que participaram de um estudo de dieta e saúde realizado por Institutos Nacionais de Saúde.

Entre 1995 e 1996, eles preencheram um questionário sobre os seus hábitos alimentares, que pedia uma estimativa da frequência com que comiam 124 itens. Após nove anos, mais de 31.000 participantes haviam morrido. Registros nacionais foram usados para descobrir quem morreu e qual era a causa da morte. Os pesquisadores levaram em conta outros fatores de risco, incluindo peso, nível de escolaridade, tabagismo e estado de saúde, e ainda assim identificou menores riscos de morte em pessoas que comeram mais fibras.

15 de fevereiro de 2011

Alimentação X Humor

Quem nunca ouviu aquela famosa frase: "Cara feia pra mim e fome"? Acreditem, é correto afirmar isso. A falta ou a presença em excesso de algumas substâncias podem refletir de forma positiva ou negativa no humor de um individuo. Há uma série de alimentos que podem contribuir para melhorar o ânimo porque estimulam a produção dos neurotransmissores responsáveis pelo prazer, bem-estar e euforia – entre os quais serotonina, dopamina, noradrenalina e acetilcolina.


A teoria mais difundida defende que a ingestão de carboidratos abre caminho para a entrada de maior quantidade de triptofano no cérebro, onde ele será transformado em serotonina (neurotransmissor bastante conhecido como "substância química calmante"). É por isso que quando alguém está chateado e come um doce tem a sensação de que melhorou. Uma dieta rica em gorduras e proteínas e ao mesmo tempo, pobre em carboidratos, leva o individuo a desenvolver um estado fisiológico chamado de cetoacidose, no qual as células do nosso corpo não são capazes de utilizar os carboidratos como principal fonte de energia. Na ausência deste nutriente o cérebro passa a utilizar principalmente as gorduras como fonte energética e como resultado do metabolismo de gorduras há um aumento da produção de corpos cetônicos, que levam o individuo a desenvolver certos sintomas, como fadiga e mal estar, podendo afetar negativamente o humor.

Na Inglaterra, o estudo Food and Mood Project (Projeto Comida e Humor) revelou que mudanças no que comemos podem ser positivas para a saúde mental. Cerca de 200 pessoas fizeram uma dieta recomendada e avaliaram o impacto da mudança nutricional no seu humor. A experiência mostrou que 26% tiveram uma melhora na instabilidade emocional, 24% na depressão e 26% em ataques de pânico e ansiedade. Os indivíduos estudados diminuíram o consumo de açúcar, cafeína, álcool e alimentos com alto teor de gordura e aumentaram o de frutas, peixes e líquidos.

Ficar muito tempo sem comer reduz os níveis de glicose, o que também pode afetar negativamente o humor. Assim, o ideal é alimentar-se seis vezes ao dia: café-da-manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia. Vale lembrar que todas essas sugestões não fazem parte de uma fórmula da felicidade, apenas contribuem para o melhor funcionamento do organismo e produção dos neurotransmissores responsáveis pelo bem estar. Resumindo, você é o que você come! Vamos ser pessoas melhores? hehe

14 de fevereiro de 2011

Reação de Maillard é a principal fonte de antioxidantes do café


Pesquisadores da Universidade de British Columbia conseguiram mapear a química complexa por trás dos tão falados benefícios dos antioxidantes do café, traçando uma valiosa mistura para o processo de torrefação.

Os autores do estudo, Yazheng Liu e David Kitts,
analisaram a complexa mistura dos compostos químicos produzidos durante um conhecido processo chamado reação de Maillard, conhecida também como reação de escurecomento não enzimático, no qual os açúcares redutores se combinam com aminoácidos sob altas temperaturas, resultando na formação de melanoidinas, similares a melanina cutânea, que dão a cor escura caracteristica durante esssa reaçãp e encontraram antioxidantes presentes na fervura do café preto torrado.

Estudos anteriores sugeriam que os antioxidantes no café poderiam estar ligados à cafeína ou ao ácido clorogênico encontrado nos grãos verdes, mas nossos resultados mostram que a reação de Maillard é a fonte principal de antioxidantes - diz Liu. - Descobrimos, por exemplo, que os grãos de café perdem 90% do ácido clorogênico durante o processo de torrefação.

Os antioxidantes ajudam na eliminação dos radicais livres ligados ao processo de envelhecimento. Este estudo lança um novo olhar em uma área já pesquisada mas sem resultados consistentes. Enquanto alguns cientistas relataram aumento da atividade dos antioxidantes no café preto torrado, outros encontraram uma diminuição.