18 de fevereiro de 2011

Anvisa quer banir venda de inibidores de apetite no Brasil


O reinado dos remédios emagrecedores está por um fio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer banir de vez do Brasil a comercialização de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol). A única droga para o tratamento da obesidade que continuará liberada será o orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.

A proposta será discutida em audiência pública em Brasília na próxima quarta-feira, dia 23. Depois disso, a decisão será tomada pela diretoria da agência. A avaliação da Câmara Técnica de Medicamentos da Anvisa é que o risco potencial à saúde desses produtos supera os benefícios. A decisão deve ser divulgada no dia 1º de março. Segundo nota técnica da área de Farmacovigilância e da gerência de Medicamentos da Anvisa, a sibutramina apresenta baixo coeficiente de efetividade de redução de peso e pouca manutenção de redução de peso em longo prazo. Apenas 30,4% dos pacientes tratados com sibutramina perderam pelo menos 5% do seu peso corporal em 3 meses.

Estudos apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos, desde o ano passado a Anvisa impôs novas regras e endureceu os critérios de venda dessa droga - considerada de primeira classe no tratamento da obesidade. Ela deixou de ser vendida como medicamento comum e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, drogas que exigem receita especial.


Proibir drogas emagrecedoras, como quer a Anvisa, levará ao aumento no número de cirurgias de redução do estômago, dizem médicos. Com a possível retirada desses remédios do mercado, sobram poucas alternativas para tratar a obesidade. Em muitos casos, a única saída será a cirurgia bariátrica, hoje indicada para pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 35 e doenças associadas, como diabetes e hipertensão.

Já está em estudo nos EUA, na Itália e Espanha a redução do limite mínimo de IMC para a indicação da operação.  O cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, está coordenando uma pesquisa no Hospital Oswaldo Cruz sobre a eficácia da operação em pessoas com IMC entre 30 e 35. O estudo tem financiamento do Ministério da Saúde.


Cirurgia Bariátrica: Estômago antes e depois do processo.

A previsão é que neste ano sejam feitas 70 mil reduções de estômago no país. Para Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas, o aumento das cirurgias preocupa: "Não é mais simples tomar remédio? Faço um paciente perder 30 kg só com medicação". Estudos mostram que 16% das pessoas que passam por redução do estômago têm alguma alteração neurológica, como perda de memória ou confusão mental, diz Eduardo Mutarelli, neurologista do Hospital Sírio-Libanês.


Leia a nota técnica da Anvisa sobre o tema

10 comentários:

  1. Achei o texto bom, explicativo. De um lado é bom pois as chances de pessoas usarem os ''remédios'' indevidamente vai diminuir. Mas por um lado, vai dificultar, até porque a cirurgia pra redução do estomago tras consequencias as vezes, pelo dito no texto, então, esses 16% que tem alguma alteração neurológica depois de terem feito a cirurgia, pode aumentar muito mais, muito mesmo.
    Então não sei em que lado ficar, mas, é bom ter informações assim. Continue assim. Beijos
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    http://lollyoliver.wordpress.com/

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  2. tem certos inibidores de apetite que são um perigo até para quem ta proximo da pessoa eu já fui vitima de um pessoa deprimida que tomava essas porcarias.
    Obs.: e nem era gorda.

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  3. Acho ótimo. Remédio é pra quem está doente, pois é droga e faz mal. Automedicação é horrível. Conheço gente que toma Tylenol que nem balinha, carrega no bolso e toma a qualquer dorzinha. Mal sabem eles dos efeitos colaterais... Remédio é só pra quem PRECISA. E quem quer emagrecer tem que fazer DIETA e EXERCÍCIO, não tomar remédio...

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  4. Concordo totalmente com o nero! Apesar de eu adorar um remedio aqui e outro ali...


    Abraços!

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  5. Ao meu ver toda essa mobilização para banir a venda desses enibidores alimentares, serve apenas para demonstrar a incompetência do responsaveis por levar informação à população sobre diversos assuntos, sendo os remédios, um desses.

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  6. Acho que demorou de tomar essa iniciativa, emagrecer vai correr, malhar, ao inves de ficar tomando remédio...

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  7. Se está provado que faz mal, então eu apoio a medida. Existem maneiras mais saudáveis de se perder peso.

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  8. Polêmico né? Mas se eles fazem mal a saúde, a medida é importante...

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  9. Acho que não é com a proibição que resolverá o problema, a vigilância sanitária tem é que controlar melhor a venda desses medicamentos, até porque mesmo com a proibição eles continuarão sendo vendidos de forma clandestina, o que tornará o risco muito maior.
    http://michellyraphael.blogspot.com
    comente e siga!!
    bjus!!

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  10. Já fiz uso de sibutramina. Minha filha tambem usou e foi a unica forma dela conseguir perder peso. Ela perdeu cerca de 30 quilos. Acho que estes medicamentos não devem ser banidos, devem ser usados com conciencia, isso sim. Se formos considerar, todos medicamentos fazem mal.

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